Os
olhos são os órgãos da visão e, graças a eles, podemos ver o mundo exterior, em
cores e em relevo. Estima-se que de 20% a 30% da população
possua algum tipo de problema de visão. A causa desses distúrbios não é
totalmente conhecida, mas acredita-se que eles sejam fruto de uma combinação de
motivos genéticos, ambientais e emocionais.
Para
falar sobre os olhos, teremos que rever alguns conceitos de suas relações
neurovegetativas com o fígado (ver texto “A Raiva do Fígado”). Não é à toa que,
quando estamos com raiva, apresentamos os chamados olhos vermelhos. Por outro
lado, quando o fígado apresenta disfunções biológicas tipo hepatite, os olhos
ficam amarelos. Devido a tais ocorrências, com o passar dos tempos, a medicina
passou a observar melhor estas conectividades.
O
fígado é o órgão que representa a raiva e a frustração como emoções
predominantes da sua natureza. Logo, os males dos olhos significam que temos
dificuldades para ver algo na nossa vida e, em especial, algo que nos atinge no
nível afetivo. “O que eu não quero ver”, ou, ”O que eu não posso ver” são
questionamentos que frequentemente estarão relacionados com uma sensação de
injustiça, frustração ou recolhimento (tristeza prolongada).
Lembro-me
de uma senhora que me procurou para tratar seus olhos a respeito de várias
infecções repetitivas. Seu médico oftalmologista, certo de que sua imunidade
estaria abalada, sugeriu algumas sessões de acupuntura paralelamente para
restabelecer seu equilíbrio psico-imunoterápico. Quando abordada a respeito de
seus conflitos afetivos, percebeu que suas mágoas e frustrações comprometiam
sua integridade biológica e, que sua dificuldade de aceitar certas perdas do
passado, bem como sua inabilidade de relacionamento com seu cônjuge atual,
desencadeavam imensos desequilíbrios no seu sistema imunológico.
Aos
poucos, durante seu tratamento, pude ajudar a remover sua energia
agressiva, que se voltava contra ela mesma, e que era decorrente do alto grau
de dependência desenvolvida e da dificuldade de expressar seus sentimentos e
objetivos.
Sua resposta
curadora iniciou-se a partir do momento em que
compreendeu melhor isso. Convém salientar que, ao longo
da vida, esta pessoa se moldou aos costumes do seu ambiente, adquirindo
conceitos de crenças e valores que, na maioria das vezes, não correspondiam ao
que realmente sentia. Em virtude dos bloqueios estabelecidos por suas
concepções, ela não se permitiu desfrutar das fases felizes e sempre quis se
fazer de forte, colocando uma pedra sobre seus sentimentos e uma venda sobre
seus olhos.
No
entanto, não devemos nos esquecer de que dificuldades são recursos de
aprendizagem, e quem sofre de manifestações oculares constantemente, expressa conflitos
com os seus medos do presente ou do futuro, demonstra suas dificuldades de
lidar com a solidão e carrega, dentro de si, culpas pelo que não realizou no
passado.
Se
os olhos são realmente as janelas da alma, não podemos nos esconder atrás de
máscaras ou paradigmas. Devemos trabalhar nosso autoconhecimento, questionando
nossos valores e analisando o que é realmente importante para o nosso Eu
interior. Isto vai-nos ajudar a tomar decisões sensatas, no decorrer da vida, e
aperfeiçoar nossa presença de espírito.
Caso suas parcerias
estejam demasiadamente complicadas, seu relacionamento caminhe em direção
oposta a suas expectativas, sugiro que utilize sua energia para defender suas ideias
e suas posições, insista em uma forma direta e dinâmica de diálogo.
Comprometa-se a manter o foco em ser feliz, não pague para ver se no fim do
poço existe realmente uma mola, corrija seus passos imediatamente, abra seus
olhos e escute mais seu coração.
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