domingo, 4 de setembro de 2011

Vermelha Visão



“Vermelha Visão”

           Os olhos são os órgãos da visão e, graças a eles, podemos ver o mundo exterior, em cores e em relevo. Estima-se que de 20% a 30% da população possua algum tipo de problema de visão. A causa desses distúrbios não é totalmente conhecida, mas acredita-se que eles sejam fruto de uma combinação de motivos genéticos, ambientais e emocionais.

     Para falar sobre os olhos, teremos que rever alguns conceitos de suas relações neurovegetativas com o fígado (ver texto “A Raiva do Fígado”). Não é à toa que, quando estamos com raiva, apresentamos os chamados olhos vermelhos. Por outro lado, quando o fígado apresenta disfunções biológicas tipo hepatite, os olhos ficam amarelos. Devido a tais ocorrências, com o passar dos tempos, a medicina passou a observar melhor estas conectividades.

     O fígado é o órgão que representa a raiva e a frustração como emoções predominantes da sua natureza. Logo, os males dos olhos significam que temos dificuldades para ver algo na nossa vida e, em especial, algo que nos atinge no nível afetivo. “O que eu não quero ver”, ou, ”O que eu não posso ver” são questionamentos que frequentemente estarão relacionados com uma sensação de injustiça, frustração ou recolhimento (tristeza prolongada).

     Lembro-me de uma senhora que me procurou para tratar seus olhos a respeito de várias infecções repetitivas. Seu médico oftalmologista, certo de que sua imunidade estaria abalada, sugeriu algumas sessões de acupuntura paralelamente para restabelecer seu equilíbrio psico-imunoterápico. Quando abordada a respeito de seus conflitos afetivos, percebeu que suas mágoas e frustrações comprometiam sua integridade biológica e, que sua dificuldade de aceitar certas perdas do passado, bem como sua inabilidade de relacionamento com seu cônjuge atual, desencadeavam imensos desequilíbrios no seu sistema imunológico. 

      Aos poucos, durante seu tratamento, pude  ajudar a remover sua energia agressiva, que se voltava contra ela mesma, e que era decorrente do alto grau de dependência desenvolvida e da dificuldade de expressar seus sentimentos e objetivos.

   Sua resposta curadora iniciou-se a partir do momento em que compreendeu  melhor  isso. Convém salientar que, ao longo da vida, esta pessoa se moldou aos costumes do seu ambiente, adquirindo conceitos de crenças e valores que, na maioria das vezes, não correspondiam ao que realmente sentia. Em virtude dos bloqueios estabelecidos por suas concepções, ela não se permitiu desfrutar das fases felizes e sempre quis se fazer de forte, colocando uma pedra sobre seus sentimentos e uma venda sobre seus olhos.

     No entanto, não devemos nos esquecer de que dificuldades são recursos de aprendizagem, e quem sofre de manifestações oculares constantemente, expressa conflitos com os seus medos do presente ou do futuro, demonstra suas dificuldades de lidar com a solidão e carrega, dentro de si, culpas pelo que não realizou no passado.

      Se os olhos são realmente as janelas da alma, não podemos nos esconder atrás de máscaras ou paradigmas. Devemos trabalhar nosso autoconhecimento, questionando nossos valores e analisando o que é realmente importante para o nosso Eu interior. Isto vai-nos ajudar a tomar decisões sensatas, no decorrer da vida, e aperfeiçoar nossa presença de espírito.

  Caso suas parcerias estejam demasiadamente complicadas, seu relacionamento caminhe em direção oposta a suas expectativas, sugiro que utilize sua energia para defender suas ideias e suas posições, insista em uma forma direta e dinâmica de diálogo. Comprometa-se a manter o foco em ser feliz, não pague para ver se no fim do poço existe realmente uma mola, corrija seus passos imediatamente, abra seus olhos e escute mais seu coração.
     

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