segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Torcicolo, a perda da expressão.




O torcicolo, a perda da expressão.

       O torcicolo é um distúrbio do pescoço caracterizado pelo enrijecimento dos músculos dessa região, fazendo com que os movimentos da cabeça se tornem muito dolorosos e limitados.

   As causas desta situação não são plenamente conhecidas, mas sabe-se que é frequente após um traumatismo, nem sempre valorizado, e podem ser associados a algumas doenças, como as infecções do sistema nervoso, hiperatividades gástricas e problemas endócrinos como, por exemplo, disfunções da tireóide.

    Metafisicamente, problemas nos músculos do pescoço, irão nos revelar a dificuldade de a pessoa manifestar os conteúdos interiores no meio em que vive. Sua expressão é contida, enquanto a imaginação flui desenfreadamente. Entretanto, a execução não acontece com mesma velocidade.

   Esta região biomecânica possui um centro energético de grande intensidade, que está ligada à capacidade de expressar nossa criatividade e tudo o que somos e sentimos.

     As emoções que mais influenciam esta região são: a frustração  a raiva e a capacidade de liberdade.

     Frequentemente, recebo pessoas que apresentam dores cervicais e torcicolos oriundos dos conflitos pessoais relacionados à dificuldade de se expressar. Embora a maioria de nós passe o dia todo “expressando-se”, oralmente ou pela escrita, pouco do que dizemos tem relação com os impulsos mais profundos da nossa alma.

    Recordo aqui de um caso, no qual uma paciente sofria há muitos anos de repetitivas dores cervicais e recorrentes torcicolos. Ao avaliar seu exame de imagem, percebi que suas vértebras cervicais apresentavam determinadas posições anatômicas, sugestivas de forças constantes de certos grupos musculares. Assim, abordando seus conflitos pessoais, ela percebeu que suas dores representavam a dificuldade que existia de lidar com certas mudanças, a respeito da rejeição da própria feminilidade.

  Seu processo curativo iniciou-se pela conscientização da sua sexualidade e a superação das suas dificuldades para expressar sua natureza íntima.

    Para ser bem sucedido, realizado e feliz, é preciso estar íntegro, com boa autoestima e elevado amor próprio. Tudo pode ser vivenciado com plenitude, mas nada é para ser mantido a custo da nossa própria anulação. Você é o que há de mais importante. Respeite-se, e conquiste tudo de bom que existe para ser usufruído nesta sua experiência humana.

domingo, 16 de outubro de 2011

Dor Lombar, a história de um conflito.



Dor Lombar, a história de um conflito.

     A dor lombar é sem dúvida uma das maiores causadoras pelos afastamentos profissionais e sequelas motoras pessoais. Cerca de 80% dos seres humanos sentem dor lombar (lombalgia) em algum momento de sua vida.
     Na maioria das vezes, a dor se relaciona com problemas mecânicos da coluna vertebral, isto é, com defeitos na sua função biomecânica.
     No âmbito metafisico, a dor lombar, nos revela a dificuldade que a pessoa possui de interagir com as circunstâncias a sua volta, quer seja no aspecto profissional, quer seja na relação com alguém querido.
     A harmonia interior encontra-se comprometida por algum acontecimento ruim ou mesmo pela possibilidade de algo não ser bom. O medo de que algo interfira no bem estar gera inquietações e tensões nesta região, deixando a pessoa intrigada com suposições negativas.
     Essa suspeita de que algo possa interferir em sua vida causando prejuízos à sua estabilidade, são frutos da sabotagem imaginária e da crença de que a pessoa não merece ser feliz e plenamente realizada. Ela fica com a impressão de que alguma coisa pode dar errado, desestabilizando a harmonia familiar, profissional ou financeira.
     Quando atravessamos uma época em que temos dificuldade para aceitar ou para integrar mudanças que ocorrem em nossas vidas, nossa região lombar irá expressar nossos receios não conscientes ou nossos medos e inseguranças, nossas dúvidas quanto a essas mudanças.
     Outra condição que pode desencadear a chamada dor lombar é o fato de a pessoa assumir responsabilidades excessivas, não respeitar seus limites. Ela ultrapassa sua capacidade de realizações, não consegue expor aos outros a medida de quanto esta incomodada ou insatisfeita com as circunstâncias ao seu redor.
     Quando não aceitamos nossa própria realidade, não conseguimos transforma-la e, assim, comprometemos o bom funcionamento da harmonia da região lombar e seus agregados: Os Rins e a Supra Renal (Ler o texto “O medo do Rim, o ladrão de almas”).
     Em minha rotina profissional, observo diariamente sofrimentos lombares oriundos de fatores emocionais, tendo em vista, a dificuldade e a recusa que existe para se mudar determinados padrões mentais.
     É importante não se deixar abater pelos imprevistos ou por algumas contrariedades. Precisamos nos alinhar com nosso “EU INTERIOR” para encarar os desafios e obstáculos que a vida nos reserva. As soluções estão nas atitudes de enfrentar e não de fugir dos problemas. Ao encararmos os afazeres como possibilidade de melhorar as condições de vida e de realizações pessoais, estamos adotando um padrão mental mais corajoso, criativo e pró-ativo. Assim, nossa região lombar será mais equilibrada e menos conflituosa.

"A principal missão do ser humano, nesta vida, é dar a luz a sua verdadeira essência e potencialidade".



domingo, 2 de outubro de 2011




O Medo do Rim, o ladrão de almas.


     Os Rins são dois órgãos que filtram os líquidos orgânicos e o sal do corpo. Filtrando mais de 1.500 litros de sangue por dia, eles separam, extraem as toxinas do sangue e as transformam em urina. Assim, ajudam na capacidade de resistência e de recuperação em relação ao esforço físico e mental.

     O Rim é um órgão muito importante em relação ao stress e aos medos, e na gestão deles. Sua conectividade com a glândula supra renal, fornecendo hormônios e corticóides, irão determinar nosso comportamento de ataque ou fuga, mediante as circunstâncias agressivas a nossa integridade física, podendo acontecer no mundo real ou imaginário.

     Estas relações neurovegetativas e energéticas que o Rim mantém com o nosso corpo, são de tais complexidades, que aqui, irei apontar apenas algumas delas: O Rim manifesta-se na força do cabelo e na qualidade da memória, pois libera determinados hormônios que alimentam o folículo capilar e favorecem a sinapse dos neurônios; biomecanicamente, influência o equilíbrio dinâmico da região lombar e dos joelhos por suas relações neurais e fáscias (tecido conectivo). O sentido da audição também esta correlacionado de forma direta com a integridade do Rim, devido ao cruzamento do nervo Frênico com o Auditivo, e assim , quando o Rim apresentar alguma alteração biológica ou energética, poderá surgir o chamado “ZUMBIDO DO OUVIDO”, como uma manifestação de tal desequilíbrio.

     O medo é a emoção que o Rim apresenta em sua natureza. Sejam eles profundos e essências (a morte, acidentes, atentados, altura, lugares, objetos, animais, etc...) ou então os que estão relacionados às mudanças. Os problemas Renais nos revelam a dificuldade que temos de romper com velhos hábitos e esquemas de pensamentos ou crenças.

     Diariamente, observo, em minha rotina profissional, pacientes que apresentam mazelas locomotoras na região lombar e nos joelhos, por consequências dos medos vivenciados pelo stress diário ou apenas pelas inseguranças afetivas ou profissionais.

     A minha maior experiência terapêutica foi, sem dúvida nenhuma, proporcionada pelo “MEDO DO RIM”. Há cerca de alguns anos, um senhor, veio me consultar apresentando sintomas da Síndrome de Parkinson. Este paciente apresentava sintomas muito específicos desta doença, como uma intensa rigidez articular que dificultava muito sua marcha locomotora, um cansaço constante com intensa fraqueza muscular, associada a uma perda da coordenação motora e uma importante incontinência urinária. Estava sendo tratado de maneira farmacológica já há algum tempo, com medicamentos específicos para a síndrome, tendo em vista estabilizar o avanço desta doença.

     Durante sua anamnese, ele me revelou que seus sintomas surgiram após ter sofrido um atentado contra a sua vida. Ele estava em um ônibus que foi atacado e incendiado na cidade do Rio de Janeiro, e que pessoas morreram queimadas na ocasião. Percebi, imediatamente, que sua doença estava sendo manifestada por memórias oriundas das conectividades Renais. Iniciei, assim, um tratamento direcionado para os seus medos e para os seus Rins.

     Após alguns meses, este paciente recebeu alta, pois seus sintomas não se acentuaram e na sequência do tratamento regrediram quase que por completo. Este paciente, atualmente, realiza exercícios diários, como natação e pilates. Outra coisa que me chamou bastante a atenção foi a mudança de padrão mental durante seu tratamento. Antes apresentava uma postura de “não fazer nada e aceitar as coisas como elas vêm”, o que lhe prejudicou no longo prazo com o surgimento de uma depressão associada. Hoje, apresenta uma atitude de DESPERTAR em relação à vida, descobriu no medo da doença e nas suas dificuldades, uma maneira de se conhecer melhor e de se reintegrar com o seu EU INTERIOR.

     Sua mudança de valores interiores foi fundamental para ele aprender que a liberdade perfeita não esta só em assumir a vida e o sofrimento com amor, mas também, em estabelecer um equilíbrio em suas atitudes e em seus pensamentos.

      A maior descoberta que tive com esta pessoa foi que o ser humano pode modificar sua vida apenas mudando sua atitude mental. Em minha opinião, a vitalidade, de um modo geral, depende do quanto é forte a energia do Rim. Todo o processo de envelhecimento é comandado basicamente por ele, e assim sendo, adotar sempre uma atitude positiva passa a ser uma obrigação em nossas vidas.

     Os processos somáticos paralisantes podem ocorrer quando atravessamos uma fase ruim, pessoal ou profissional, entretanto, não podemos permitir que nossos medos atinjam proporções imaginárias e que aprisionem a luz da nossa alma e os movimentos do nosso corpo.


O Medo é o mais ignorante, o mais injusto e o

mais cruel dos nossos conselheiros.

sábado, 10 de setembro de 2011

O polegar, a força de um gesto.




O Polegar, a força de um gesto.

        Sempre tive o mais profundo interesse por todos os métodos para obter saúde, porque, em minha opinião, o processo curativo ocorre mediante ao equilíbrio do todo e não das partes. Não é exagero dizer que as mãos são uma das maiores fontes de canalização e direcionamento de energia que o corpo humano possui.

     Assim, como estudante de várias terapias holísticas, presenciei inúmeras manifestações do nosso psiquismo através das mãos. Os dedos representam as terminações finas das mãos. Eles são os seus detalhes e, por conseguinte, as terminações dos nossos atos, os detalhes das nossas ações ou da nossa forma de agir.

     Cientistas alegam que nas mãos existam cerca de dois milhões de células extras sensórias, transmitindo, por meio das terminações nervosas, toda a relação de contato com o mundo exterior. Em relação aos nossos dedos, o polegar ocupa uma posição de destaque, é considerado o símbolo máximo da evolução, não sendo encontrado em criaturas subdesenvolvidas. Possui uma dinâmica universal de comunicação: para as crianças é considerado o dedo “mata piolho”; para os historiadores é o dedo da vida ou da morte (Pollise verso), segundo os costumes romanos; para os tímidos ou monossílabos, é o dedo do estou bem, ou, não estou bem.

     Para a emotologia, o polegar é o dedo aonde termina o meridiano do Pulmão. É o dedo da proteção, da defesa e da reatividade em relação ao mundo exterior. Aliás, as crianças fazem isso muito bem, quando se põem a chupar este dedo, a partir do momento em que sentem necessidade de “tranquilizar-se”.

  Muitos dos problemas que observo em minha rotina profissional correlacionada às mazelas deste dedo, como, por exemplo, tendinites, tenossinovites ou artroses, estão relacionadas com determinadas emoções afloradas por meio das relações conectivas do sistema neural e nervoso.

     Em todos os casos, os traumatismos (feridas, cortes, entorses, reumatismos, artroses, etc...), correspondem às noções de necessidade de proteção, de defesa quanto a uma agressão do mundo profissional ou afetivo, ou então, como uma vivência de tristeza ou aflição.  Recordo aqui, de uma paciente que sofria de várias dores no polegar da mão direita. Paralelamente, a relação familiar, com seu filho, estava muito mal; problemas com drogas e brigas constantes acometiam sua paz de espírito. Dessa forma, seu Eu Interior manifestava-se através de uma rigidez articular do polegar, para sinalizar um ato de não aceitar aquelas circunstâncias.

      Assim, sugiro observar melhor suas dores no polegar, porque as tensões, que aí se manifestam, nos revelam as insatisfações que sentimos a respeito da forma como as coisas acontecem ao nosso redor, ou, como estamos gerenciando nossa própria vida.

“Acredite no seu potencial, procure motivar-se todos os dias e mantenha sua auto-estima sempre elevada. você realizará grandes feitos em sua vida.”

domingo, 4 de setembro de 2011

Vermelha Visão



“Vermelha Visão”

           Os olhos são os órgãos da visão e, graças a eles, podemos ver o mundo exterior, em cores e em relevo. Estima-se que de 20% a 30% da população possua algum tipo de problema de visão. A causa desses distúrbios não é totalmente conhecida, mas acredita-se que eles sejam fruto de uma combinação de motivos genéticos, ambientais e emocionais.

     Para falar sobre os olhos, teremos que rever alguns conceitos de suas relações neurovegetativas com o fígado (ver texto “A Raiva do Fígado”). Não é à toa que, quando estamos com raiva, apresentamos os chamados olhos vermelhos. Por outro lado, quando o fígado apresenta disfunções biológicas tipo hepatite, os olhos ficam amarelos. Devido a tais ocorrências, com o passar dos tempos, a medicina passou a observar melhor estas conectividades.

     O fígado é o órgão que representa a raiva e a frustração como emoções predominantes da sua natureza. Logo, os males dos olhos significam que temos dificuldades para ver algo na nossa vida e, em especial, algo que nos atinge no nível afetivo. “O que eu não quero ver”, ou, ”O que eu não posso ver” são questionamentos que frequentemente estarão relacionados com uma sensação de injustiça, frustração ou recolhimento (tristeza prolongada).

     Lembro-me de uma senhora que me procurou para tratar seus olhos a respeito de várias infecções repetitivas. Seu médico oftalmologista, certo de que sua imunidade estaria abalada, sugeriu algumas sessões de acupuntura paralelamente para restabelecer seu equilíbrio psico-imunoterápico. Quando abordada a respeito de seus conflitos afetivos, percebeu que suas mágoas e frustrações comprometiam sua integridade biológica e, que sua dificuldade de aceitar certas perdas do passado, bem como sua inabilidade de relacionamento com seu cônjuge atual, desencadeavam imensos desequilíbrios no seu sistema imunológico. 

      Aos poucos, durante seu tratamento, pude  ajudar a remover sua energia agressiva, que se voltava contra ela mesma, e que era decorrente do alto grau de dependência desenvolvida e da dificuldade de expressar seus sentimentos e objetivos.

   Sua resposta curadora iniciou-se a partir do momento em que compreendeu  melhor  isso. Convém salientar que, ao longo da vida, esta pessoa se moldou aos costumes do seu ambiente, adquirindo conceitos de crenças e valores que, na maioria das vezes, não correspondiam ao que realmente sentia. Em virtude dos bloqueios estabelecidos por suas concepções, ela não se permitiu desfrutar das fases felizes e sempre quis se fazer de forte, colocando uma pedra sobre seus sentimentos e uma venda sobre seus olhos.

     No entanto, não devemos nos esquecer de que dificuldades são recursos de aprendizagem, e quem sofre de manifestações oculares constantemente, expressa conflitos com os seus medos do presente ou do futuro, demonstra suas dificuldades de lidar com a solidão e carrega, dentro de si, culpas pelo que não realizou no passado.

      Se os olhos são realmente as janelas da alma, não podemos nos esconder atrás de máscaras ou paradigmas. Devemos trabalhar nosso autoconhecimento, questionando nossos valores e analisando o que é realmente importante para o nosso Eu interior. Isto vai-nos ajudar a tomar decisões sensatas, no decorrer da vida, e aperfeiçoar nossa presença de espírito.

  Caso suas parcerias estejam demasiadamente complicadas, seu relacionamento caminhe em direção oposta a suas expectativas, sugiro que utilize sua energia para defender suas ideias e suas posições, insista em uma forma direta e dinâmica de diálogo. Comprometa-se a manter o foco em ser feliz, não pague para ver se no fim do poço existe realmente uma mola, corrija seus passos imediatamente, abra seus olhos e escute mais seu coração.
     

domingo, 28 de agosto de 2011

"O Acaso do Quadril”







     Em minha rotina profissional, ao longo destes quase 16 anos de atendimentos, venho encontrando, frequentemente, várias disfunções articulares do quadril. Elas ocorrem por vários motivos, quer seja por hipomobilidades, hipermobilidades ou rigidez total, elevando, assim, minhas observações estatísticas, para diferentes idades ou sexo de pessoas, sobre as inúmeras dores e desconfortos desta articulação.

     O quadril é uma estrutura óssea que se articula com o sacro (considerado o eixo mecânico da coluna) e com o fêmur (o maior osso do corpo humano). Sob tal complexidade biomecânica será promovida a mobilidade e flexibilidade do corpo e, principalmente, das pernas.

     Problemas mecânicos desta região irão comprometer diretamente o sistema de equilíbrio locomotor da marcha e suas conectividades neurovegetativas e vasculares, podendo manifestar-se via o sistema digestivo, particularmente intestinos delgado e grosso (constipação e formação de gases), e/ou também via o sistema renal (osteopenia e osteoporose).

     Em minha opinião, esta articulação representa o eixo básico do nosso mundo relacional, a disposição para estabelecer nossas bases de sustentação na vida e manter a segurança e o auto-apoio. Não é por acaso que a mulher, durante a gravidez, ajusta os quadris para assentar seu bebê, e o ser humano coloca seu eixo de apoio nesta região, para dar um passo a frente.

     Os problemas do quadril sejam dores, tensões, bloqueios, artroses e etc..., nos mostram que atravessamos uma situação em que nossas “bases”, nossas crenças mais profundas, estão sendo recolocadas em questão. Transitamos, assim, sob a sombra da insegurança econômica ou afetiva, os abalos familiares, a sensação de abandono e da traição, sejam elas realizadas por nós ou pelos outros.

       Tenho em mente um caso em particular: o de uma pessoa, que chamarei “M”, e que me veio consultar a respeito de uma artrose no quadril esquerdo. Depois de deixá-la falar sobre seu sofrimento mecânico, eu a conduzi ao fundo do problema, e a me falar um pouco a respeito da sua vida profissional. “M” relatou que estava hoje aposentada e que trabalhou, durante 25 anos, como secretária, em uma determinada empresa, sendo demitida sem maiores explicações e justificativas. Como não conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho, recorreu a uma precoce aposentadoria, muito a contragosto. Disse, ainda, que não se sentia preparada economicamente e nem emocionalmente para tais circunstâncias.

     Eu fui explicando progressivamente a “M” que existia uma correlação metafísica de sua vivência na experiência profissional com o bloqueio articular do quadril. Apesar da surpresa, “M” confidenciou-me que também desconfiava desta relação, e que nada era por acaso, porque durante muito tempo alimentou um sentimento de abandono e traição decorrente do seu afastamento. Foram necessárias varias sessões de reprogramação neuro-muscular para liberar os bloqueios cognitivos daquela região e restabelecer o fluxo energético do quadril.

     Recentemente, num outro caso, atendi “L”, um jovem de 18 anos de idade que estava de férias e de passagem pelo Rio de Janeiro. “L” apresentava um bloqueio funcional importante no quadril direito, e apesar de ainda muito jovem, já sofria inúmeras restrições físicas e pessoais. “L” carrega, dentro de si, uma história de conflito familiar importante. Seus pais se separaram quando “L” tinha apenas 4 anos de idade. Sua relação com a referência paterna se perdera com o decorrer do tempo, devido à omissão de seu pai. Há cerca de 3 anos, sua mãe faleceu, e “L” foi morar com o pai. Segundo me confidenciou, sua relação familiar estava péssima e, por trás de uma aparente timidez, existia uma grande dose de tristeza. “L” não se ajustava à situação e escondia-se sob a capa do silêncio.

     Durante ao atendimento, apresentei-lhe a dinâmica da sensação da dupla traição e do abandono que seu quadril manifestava, alimentado ainda pelo sentimento da perda materna. Ocorre que ele não podia compreender todo o significado inconsciente do que estava acontecendo, por ser ainda de pouca idade. Após o término da consulta, acompanhei-o até a recepção da clínica, aonde seu pai o aguardava. Para minha surpresa, testemunhei um aperto de mão e um abraço meio “sem jeito” de ambas as partes. Pude assim perceber, mais uma vez, na minha vida, que o acaso não existe.

     Eu digo que, hoje, talvez eles possam estar com um relacionamento melhor, pois nem sempre estamos prontos para entender alguns acasos da vida. Quando, porém, fazemos contato com nossas angústias profundas, nosso Eu interior passa a adotar o chamado livre-arbítrio, para alinhar nossos passos, nossos eixos e nossas expectativas diante da vida.

“O importante não é o que se conhece, mas o que se pode fazer com o conhecimento”.

domingo, 21 de agosto de 2011

Deu branco na Vesícula Biliar !




“Deu branco na vesícula biliar”

     Pedro dormiu pouco durante a noite, no máximo cinco horas, e nem foram contínuas. Aliás, dormia muito pouco ultimamente. Tinha chegado a uma faixa etária já beirando a terceira idade e, além do sono reduzido, característico da fase, era portador de algumas angústias permanentes, quase nunca aliviadas. Dentre elas, o fato de não sonhar, ou não se lembrar dos sonhos ao acordar, o que dava no mesmo. Pior do que não ter sonhos noturnos, ou não se lembrar deles, foi ter perdido a capacidade de tê-los enquanto acordado, deixar de fazer planos e parar de idealizar novos projetos de vida. E, ainda, ter desistido e abaixado a guarda perante a luta contínua da vida, como fala o poeta.
     Esses eram alguns dos motivos de suas angústias, mas não a sua principal preocupação. O que mais o incomodava era o fato de ocorrerem constantes falhas em sua memória. Esquecia, temporariamente, os nomes de colegas de trabalho, inclusive daqueles sentados próximos a ele. Não lembrava nomes de artistas famosos, de cinema e televisão. Às vezes, frases ficavam incompletas em sua boca, porque não achava a palavra a ser encaixada. Tinha medo do mal de Alzheimer. Vira um dos seus chefes, de mente brilhante, ser aniquilado por essa doença, e ele nem era tão mais velho assim.
     Estava também ficando muito distraído, sem foco. No início, pensava que seu grande poder de concentração sobre algo que eventualmente lhe dominava as idéias resultava em torná-lo alheio às situações ao seu redor, mas começou a achar que não era bem só essa a razão. As distrações e os descuidos estavam ficando muito freqüentes. Num dia, escovou os dentes com “Hipoglós”; no outro dia, abriu o chuveiro e quase entrou embaixo dele ainda de óculos; e, no outro, tomara seu remédio para pressão e guardou a caixa na geladeira. Ontem chamou seu fisioterapeuta de Marcão, quando o seu nome é João. Nas ruas, algumas vezes ficou desorientado, por instantes, sem saber se situar, sem recordar para onde iria.
     Saiu para o trabalho, reclamando do clima. O ônibus veio vazio. Acomodou-se na janela e deixou seus pensamentos viajarem, dispersos. Quando deu por si, estava quase entrando no Aterro do Flamengo e tinha que ter saltado três pontos antes, na Candelária. Soltou um palavrão e retornou a pé para o local de trabalho. Na entrada do edifício, cumprimentou o porteiro e sorriu satisfeito, pois tinha lembrado, sem hesitação, o nome dele.
     Seu dia foi produtivo, mesmo tendo dormido pouco durante a noite. Sua função de contador na empresa lhe exigia muitas responsabilidades, como o controle de inúmeras planilhas e precisão em cálculos. Sua rotina intensa não lhe permitia muito tempo para exercícios e, na verdade, Pedro estava mesmo preguiçoso. Já sentia, há bastante tempo, certas dores no pescoço, nos ombros e no cotovelo, associando as moléstias ao seu estado de sedentarismo. Sua digestão também não estava boa. Frequentemente recorria a medicamentos para melhorar os gases e certas enxaquecas.
     Ao abaixar para fechar uma gaveta, travou a coluna na mesma hora. Sentiu naquele momento, uma enorme dor que se refletia por uma faixa na região lombar. Desesperado, saiu “correndo” para o consultório do seu Osteopata, que, após aliviar suas dores, lhe informou que seus problemas eram decorrentes do mau funcionamento da Vesícula Biliar e que, vários dos sintomas associados já se manifestavam em seu corpo e na sua saúde.
     A vesícula biliar é uma estrutura que armazena a bile, produto esse fabricado pelo fígado e, na presença de alimentos no duodeno, secreta seus hormônios para processar a digestão dos alimentos, principalmente os gordurosos. Analogicamente, a vesícula representa a disposição com que a pessoa enfrenta as dificuldades da vida e seus obstáculos. As relações entre as emoções predominantemente ligadas a este órgão retratam os detalhes das execuções dos atos, da forma de planejamentos e a coragem nas atitudes com relação a nossa presença de espírito. Segundo alguns relatos antigos, na China, durante as guerras entre os clãs, soldados eram estimulados com acupuntura para tonificar pontos da vesícula biliar antes das batalhas, para assim, obterem um espírito corajoso e destemido.
     Metafisicamente, a vesícula biliar sofre influências importantes quando da vivência de inseguranças, sejam elas reais ou imaginárias. Os problemas na vesícula surgem em pessoas com tendências a serem rígidas e intolerantes, contrárias a tudo que acontecem, tem dificuldades em digerir o novo e negam os fatos. Sentem-se presas e sufocadas pelas situações que as pressionam constantemente, não conseguem se soltar e apresentam inabilidades em tomadas de decisões. Vivem entre a dúvida e o “talvez”. Perdem, com o passar do tempo, sua capacidade resolutiva e a força para resolver e focar os problemas.
     Os problemas mais conhecidos da vesícula biliar são: a vesícula preguiçosa e as pedras na vesícula (litíase biliar). A vesícula preguiçosa é muito comum em pessoas lentas nas mudanças, que demoram a se adaptar ao novo, reclamam demasiadamente, são egocêntricas e controladoras, possuem tendência a centralizar responsabilidades e dificuldade em expor seus sentimentos. Adotam dinâmicas mentais inseguras, tanto na área afetiva quanto profissional, como, por exemplo: “Sou amado pelos outros?”, ou, ”Será que eles me respeitam de verdade?”, ou, “Será que ela me ama pelo que sou ou pelo que represento?”. Essas resistências inconscientes reduzem as funções tanto energéticas quanto biológicas deste órgão.
     As pedras na vesícula são constantes em pessoas que param diante das dificuldades. Elas exigem que tudo seja do seu jeito. Quando não conseguem, relutam nas situações, impedindo que as circunstâncias sigam o fluxo normal. Tais inabilidades diante dos obstáculos promovem a perda dos potenciais de resoluções e das iniciativas do nosso Eu interior, aprisionando, assim, sua energia e, materializando em pedras suas inseguranças.
     Problemas biomecânicos são muito inerentes ao mau funcionamento deste órgão. Suas correlações neurovegetativas e neuromusculares irão transitar desde dores na região dos ombros,cotovelo,cervical, lombar, adutores das pernas, nos pés, bem como as famigeradas enxaquecas. Tamanha a complexidade deste órgão e interatividade, que suas mazelas poderão refletir inúmeros sintomas distintos, intermitentemente, manifestando incômodos desde o sistema digestivo ao locomotor. Tudo isto traz dificuldades de anamnese, até mesmo aos mais experientes profissionais da área de saúde.
     Quem precisou extrair a vesícula, por algum problema, com certeza foi acometido por seus desequilíbrios energéticos e emocionais. Agora, retirada à vesícula, a pessoa torna-se mais propensa à impor sua agressividade, falando logo sobre o que pensa a respeito das coisas que acontecem à sua volta. Já não consegue guardar nada daquilo que outrora não conseguia expor, nem medir suas palavras para falar sobre aquilo que a incomoda na situação. O sistema nervoso desta pessoa sofre com tais circunstancias, pois como tentativa de equilibrar as partes. O seu Eu Interior passa a cobrar rapidez e imediatismo nos fatos e o surgimento da ansiedade intensa se apresenta demasiadamente.
     Como podemos perceber, na grande maioria das pessoas que extraíram a vesícula, elas passaram a ser bem diferentes de antes. Às vezes impõem suas vontades de maneiras exageradas, como se fossem compensar os anos reprimidos. É comum recorrerem a medicamentos para déficit de atenção e transtornos de ansiedade. Não é a toa que o Brasil somente perde para os Estado Unidos nos índices de consumos destes remédios.
     Para aqueles que têm sintomas da disfunção biológica ou energética da vesícula, ou para quem já extraiu, sugiro liberar conscientemente sua força agressiva através de atitudes e exercícios, para sentir-se em condições de enfrentar os grandes obstáculos da vida. A ocorrência de uma doença do tipo mente e corpo, é uma oportunidade fantástica para reavaliar pensamentos e alinhar expectativas. É quase uma chamada para acordar, para despertar nossa inteligência emocional. Trabalhe intensamente suas inseguranças, retirando de si, essa mania de achar que tudo vai dar errado, procure adotar pensamentos positivos e, principalmente, alimente diariamente seus sonhos. Agindo assim, sua vesícula vai lhe agradecer eternamente.


" Você de bem com a vida é o fator principal para todos os atos seguros".


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domingo, 14 de agosto de 2011

A RAIVA DO FÍGADO





     O fígado é o maior órgão do corpo humano. Pesando cerca de 1,5 quilos, localiza-se do lado direito, no quadrante superior da cavidade abdominal, protegido pelas costelas. Juntamente com o baço e a medula óssea compõem um grupo de órgãos chamados de hematopoiéticos, responsáveis pela hematopoese, que é a formação e desenvolvimento das células sanguíneas.


     É uma verdadeira indústria química, executando mais de 500 funções no corpo humano e, pela sua alimentação sangüínea, através das artérias, transportam o sangue enriquecido pelos nutrientes e outros glóbulos, que graças ao coração, irão ser redistribuído em seguida por todo o corpo. Tornando-se assim, um órgão extremamente elaborado e polivalente, as atividades indiretas do fígado consistem na sintetização dos alimentos necessários à coagulação e à desintoxicação sangüínea. Na realidade um verdadeiro filtro.


     O bom senso é o fator primordial para o perfeito funcionamento do fígado. Ele sempre desempenhará bem suas funções na medida em que formos moderados e comedidos diante dos fatos que ocorrem à nossa volta. Os excessos no plano físico ocorrem sempre pelo uso demasiado de gorduras, álcool e drogas.  Essa atitude tem sua origem na falta de respeito a seus próprios limites. Este proceder leva aos já conhecidos complexos de superioridade e de inferioridade. Já no campo cognitivo mental, as manifestações deste órgão transitam desde a raiva, mágoas e frustrações à depressão, pois é o órgão que gera, distribui e controla o suprimento de energia do corpo, modulando a força vital do ser humano.


     Os problemas hepáticos também são sinais de que estamos com dificuldades de digerir alguma coisa em nossa vida. A principal emoção do fígado é a cólera. O fígado é a principal víscera produtora de energia agressiva. A agressividade é a nossa condição de conquista em determinadas circunstâncias. É a nossa capacidade de imposição na vida, necessária para mantermos nossa integridade e permanecermos em harmonia com nossa natureza íntima. Isso corresponde à firmeza de caráter e personalidade ao manter os pontos de vista e conquistar os espaços que pretendemos no meio em que vivemos.


     A manutenção da vida se dá por intermédio da destruição do alimento pelo processo da digestão. Analogicamente, essa manutenção também é conseguida com a destruição de todas as situações que possam pôr em risco nossa integridade moral e física. É com a energia da raiva que nos impomos diante das contrariedades. É com ela que evitamos a invasão de idéias ou sugestões contrárias ao nosso interesse. E é por meio dela que demonstramos toda a nossa vitalidade por intermédio do uso da força física.

  Ao brigarmos, para defender nossos interesses, pensamentos ou sentimentos, fazemos uso dessa energia para a destruição daquilo que sentimos como ameaça. Muitas vezes essas forças são verdadeiras alavancas para conquistas e crescimentos internos, mas, outras vezes, são verdadeiras estradas tortuosas que oprimem os instintos básicos humanos, agregando tensões a nossa imagem como frustrações e mágoas acumuladas.


  Em minha rotina profissional, encontro diariamente pessoas com problemas na coluna cervical e ombros, oriundas do mau funcionamento do fígado. Suas correlações negativas, tanto neurovegetativas quanto neuromusculares, com a região cervical, ombros e tendões, frequentemente são fruto do acúmulo do estresse diário, conflitos pessoais e alimentação inadequada. As alterações de humor interferem diretamente na função metabólica do fígado. As dificuldades de encarar serenamente uma situação difícil, sem dramatizar os fatos, deixando as coisas mais leves e fáceis de serem digeridas, tornaram-se quase uma utopia mundial.

 Esta semana, entrou em cartaz nos cinemas nacionais um filme chamado: “Quero matar meu chefe”, isso expressa exatamente nossas inabilidades de relacionamentos interpessoais e caracteriza uma enorme hiperatividade deste órgão. A raiva surge, com muita freqüência, quando esperamos que a vida e as pessoas correspondam ao que idealizamos. Quando isso não ocorre, esta raiva acumulada transformar-se-á em frustração.

 As causas da frustração tanto podem ser as ausências de coisas materiais, que ambicionamos possuir, como a presença de um obstáculo exterior para que concretizemos nossos desejos. Porém, algumas vezes vivenciamos uma sensação de proibição interior gerada por causas psíquicas que derivam de conflitos vivenciados na infância. Estas causas determinam frustrações mais profundas que, para serem vencidas, exigem um trabalho de interiorização e investigação a ser feito através de uma terapia psicológica, para determinar com precisão a sua origem.

 Recordo de um atendimento realizado, no qual o paciente apresentava intensas dores no ombro direito, especificamente no manguito rotador, que é um grupo muscular formado para estabilizar os movimentos do braço. Este paciente apresentava uma enorme hiperatividade no sistema hepato-biliar, já retratado em seu hemograma, com variações nas enzimas hepáticas e uma instabilidade articular no ombro direito. Seus exames de imagens apresentavam varias desmineralizações ósseas na coluna cervical e lombar. Seu estado de humor era péssimo, estava muito desanimado com sua colocação profissional e colocava suas falta de perspectivas como culpa de seus superiores e do sistema político social. Seus tratamentos de fisioterapia e antiinflamatórios apenas aliviavam momentaneamente suas dores, que estavam piorando progressivamente com o decorrer dos meses.

 Seu tratamento, foi, basicamente, dividido em 4 frentes de conduta: estabilizar seu ombro; modular suas dores; modificar seus hábitos alimentares; e conscientizar suas emoções. Durante o tratamento, o paciente, além de fazer uso de remédios homeopáticos e correções articulares manipulativas, passou a tomar ciência de que a raiva surge com muita freqüência independente da nossa vontade consciente. Ela é resultante da agressividade não expressa e nascem em nós com a função de destruir os bloqueios que impedem os impulsos agressivos mantenedores da integridade. Como temos por hábito reagir com agressividade às contrariedades, passamos a odiar tudo que contraria uma determinada ordem preestabelecida. Quando este sentimento não é expresso, passamos apenas a reclamar da situação. A reclamação é a manifestação auto-destrutiva da raiva reprimida, que contamina o ambiente, pois estamos gerando uma atmosfera pessimista e negativa.

 A atitude queixosa que o paciente demonstrava pela suas expectativas frustradas, caracterizava um mau uso da energia do fígado e os adoecimentos bioquímicos viscerais.

 Por isso, o fígado é considerado, tanto no oriente quanto no ocidente, como o órgão de choque do ser humano. Nossas expectativas e a velocidade que o planeta se encontra facilmente entram em constante rota de colisão. A resistência ao novo, gerando bloqueio do fluxo natural de atuação na vida, facilmente eleva as estatísticas de adoecimento deste órgão no planeta. Também as informações sem fronteiras, partidas de todas as mídias, que invadem nossas mentes, trazendo turbilhões de emoções sobre crises econômicas, guerras e conflitos, dão um trabalho incomensurável ao filtro que é o fígado, para tentar diluir, ao máximo possível, nossas imaginações desanimadoras.


 Assim, para aliviar os males do fígado, lembre-se de manifestar suas emoções certas nas horas certas e, se não for possível, converse com alguém a respeito do seu problema. Permita-se errar sem se colocar no papel de vítima, não alimente sua culpa e construa um ciclo de verdadeiras amizades durante sua vida, pois sempre precisaremos destas pessoas para desabafar nossos problemas.


"Uma breve raiva pode ser útil, mas, toda mágoa é prejudicial, pois o ressentido nunca é livre mentalmente."

domingo, 7 de agosto de 2011

A Ansiedade, o mal do Estômago



            
                                                                  
                                               " A Ansiedade, o mal do Estômago "

   Ele possibilita a digestão dos alimentos sólidos e líquidos que consumimos. É graças a ele que podemos assimilar a alimentação material que a terra nos oferece e que a gastronomia elabora para o nosso prazer. Por meio dele, vamos transformar esses alimentos em energia, com o uso de uma alquimia extremamente elaborada que vai torná-los utilizáveis, aceitáveis para o nosso organismo.

 O sistema digestivo é aquele que contem o maior número de órgãos, sendo considerado um dos principais centros energéticos do corpo. Isso revela o quanto esta alquimia se torna elaborada e complexa em nosso corpo. O sistema digestivo é composto pela boca, pelo esôfago, pelo estomago, pelo fígado, pela vesícula biliar, pelo baço, pelo pâncreas, pelo intestino delgado e grosso.

Os males do sistema digestivo falam da nossa dificuldade para engolir, para digerir, para assimilar o que acontece na nossa vida. Por exemplo: “Eu não consigo engolir o que aquele cara me disse”. Ou então: “Nunca consegui digerir muito bem o que você fez”. Ou ainda: “Estou com essa história engasgada na minha garganta”. São tantas as expressões populares que nos dizem simplesmente isso. De acordo com o órgão digestivo particularmente em questão, existe uma correlação cognitiva emocional e bioquímica. Vamos ver alguns deles em detalhes.

    O estômago: É o órgão que recebe, em primeiro lugar, através do esôfago, os alimentos brutos que acabam de ser preparados pela mastigação na boca. Logo, é o primeiro receptáculo da alimentação material. Faz um papel de armazenagem do bolo alimentar para que as ações dos ácidos iniciem o processo de assimilação dos alimentos ingeridos. 

Os males do estômago nos falam da nossa dificuldade ou das tensões que encontramos quanto ao nosso domínio ou a nossa gestão do mundo material. Aborrecimentos financeiros ou profissionais, preocupação prolongadas reais ou imaginárias referentes a questões escolares, judiciais ou mesmo quanto ao nosso estado de saúde ou de familiares, levam à perda do equilíbrio biológico deste órgão. Azia, acidez gástrica, úlcera, câncer, são muitas as manifestações cuja intensidade é progressiva e que exprimem essa dificuldade para digerir o que vivemos, os choques da vida ou as situações que não nos satisfazem. 

    Tomemos, por exemplo, os casos de úlceras que, muitas vezes, vêm a ser uma característica de aborrecimentos profissionais e que, durante muito tempo, foram à doença própria dos executivos. Lembro também, aqui, daquela famigerada dor de barriga, que surge em vários alunos antes das provas escolares ou concursos a serem realizados. O vômito tem um papel à parte no desequilíbrio deste órgão, pois retrata especificamente o ato da recusa e rejeição pura e simples de fatos, um sinal de que não aceitamos determinadas vivências ou agressões quer sejam elas reais (alimentares) ou imaginárias. 

   Lembro de um paciente que me veio procurar para tratar uma dor nas costas, na altura das escápulas. Imediatamente abordamos seu sistema estomatognático, que se encontrava hiperativado, além do seu estresse profissional, que lhe exigia muitas horas de intensidade mental, com horários irregulares para as refeições. Este paciente apresentava uma recente história de término abrupto de relacionamento afetivo, sem aceitação de sua parte. Neste caso, seu estômago, alimentando-se das suas emoções de recusa afetiva, com uma enorme carga emocional de preocupação profissional, manifestava-se nas suas dores das costas, formando assim um ciclo intermitente, no qual os efetivos tratamentos pelos medicamentos antiinflamatórios adotados não surtiam nenhum efeito de melhora.

 Muitas são as correlações biomecânicas do estômago com as dores nas costas, nos ombros e na coluna cervical, devido as suas interações neurovegetativas e neuromusculares, e, por isso, vale à pena observar cada vez mais os sinais e gritos do nosso EU interior, aproveitando as oportunidades de promover mudanças em nossos hábitos.

  Quando, por qualquer motivo, não exteriorizamos os sentimentos e os bloqueamos, esse comportamento gera um acúmulo energético na região do estômago, o que, consequentemente, causa alteração no metabolismo orgânico. Os problemas estomacais costumam ocorrer nas pessoas que fazem um julgamento muito precipitado acerca dos acontecimentos ou possuem dificuldade para elaborar o novo. Desta maneira, ficamos remoendo ou dramatizando mentalmente os fatos, provocando no organismo a fermentação estomacal.

    O aumento do suco gástrico do organismo nos revela a nossa incapacidade de assimilação a mudanças, bem como o medo das situações novas, e leva o indivíduo a ficar remoendo a sua própria raiva.

   O surgimento da gastrite nos revela a inabilidade para lidar com nossos aborrecimentos de forma consciente. Ao contrário disso, adotamos atitudes extremistas diante dos conflitos, para não agredir e nem ofender os outros. Adotamos uma opção de auto-regredir, alimentando nossa raiva pela falta de respeito para conosco mesmo.

      A úlcera esta diretamente relacionada ao fato da pessoa se corroer por dentro, por sua tendência básica de introjetar suas emoções em vez de exteriorizar o que sente. É notório o profundo grau de irritabilidade em que a pessoa vive. Ela se sente pressionada pela situação, não se julgando bom o bastante para expressar-se livremente na vida. Tem medo de encarar os fatos e se expor com naturalidade. Exige muito de si, quer ser auto-suficiente, não se permite errar.

     Em resumo, o modo como você processa o significado das suas emoções depende da sua tendência ou qualidade mental. Se você tem uma propensão predominante para ser uma pessoa ansiosa ou preocupada excessivamente, estará, com certeza, adoecendo seu estômago e todos os sistemas a ele relacionados. 

     A melhor estratégia para um relacionamento mente-corpo saudável é ver o lado positivo de tudo. Desenvolva essa capacidade. Ela o ajudará a submeter seu ego, abrir espaço para o equilíbrio das partes do corpo humano e, apresentar menos dores.

sábado, 30 de julho de 2011


 "A Tristeza do Pulmão”




                                       
                               

   A medicina tem visto uma multiplicação incrível de doenças relacionadas a esse sistema e, na verdade, nosso conhecimento a respeito do assunto melhorou muito nas últimas décadas, principalmente com o surgimento de um ramo moderno da medicina, a psiconeuroimunologia (PNI), que faz correlações diretas entre a mente, o sistema nervoso e o sistema imunológico, e nos permite entender que, quando expressamos emoções , hormônios são liberados na corrente sanguínea e ocorrem mudanças celulares.

   Estamos apenas no começo de uma era em que antigos conceitos esotéricos dão as mãos à ciência, mas sem dúvida nenhuma é um início empolgante. Observamos bem isso quando um tratamento não surte o efeito terapêutico esperado, o paciente apresenta um quadro de “auto-estima baixa” e o sistema social de apoio mostra-se insuficiente. Vemos, então, que os protocolos e medicamentos mais modernos não reagem no nível das expectativas e as mazelas se instalam de forma aguda ou crônica.

     O sistema respiratório é um exemplo. Graças a ele podemos assimilar, particularmente, a energia do ar. Ele compreende o Pulmão, a pele e todas as células do corpo; na verdade existem dois tipos de respiração, ditas “externa” e “interna”. A respiração externa é aquela que conhecemos, ou seja, a ventilação pulmonar. A respiração interna ocorre a nível intercelular com certas trocas gasosas que não se devem a contribuição clássica feita pelo sangue. Segundo a Medicina Chinesa, o sistema respiratório pertence ao Elemento Metal, do qual uma das funções principais é a proteção em relação ao mundo exterior. Essa proteção se exerce por dois caminhos: pela filtragem da poeira e das trocas gasosas e, ainda, pela capacidade de responder, de reagir às agressões ambientais.

  Os problemas que atingem nosso sistema respiratório e a pele nos falam da dificuldade que temos para nos proteger do mundo exterior, para encontrar reações adaptadas diante das agressões eventuais, reais ou imaginárias desse mundo. Eles também podem significar que não conseguimos ou não queremos fechar certas feridas da nossa vida e, dessa forma, nos falam das nossas eventuais tristezas, ressentimentos ou rancores, da nossa dificuldade ou da nossa recusa em esquecer, em perdoar.

   Lembro-me de um atendimento no qual um paciente me procurou para tratar um quadro de bronquite crônica e foi abordado seu passado, no qual, aos sete anos de idade no dia do seu aniversário, seu pai resolveu sair de casa, deixando a família. Desde aquele dia, aquele menino, agora adulto, iniciou um distúrbio respiratório grave, com inúmeros tratamentos sem resultados, uma adolescência tímida e retraída, com repetidos processos alérgicos e de pele, e se tornou um adulto sem referências e comprometimentos profissionais. 

   A pouca energia do Pulmão acaba sendo fruto dos efeitos daninhos causados pela sofrida convivência com esses sentimentos negativos, que o esgotam, quando se cultiva a tristeza para sustentar a lembrança de alguma coisa ou de alguém. É “interessante” recordar que a grande época do Romantismo foi também a grande época da tuberculose, quando o ser humano utilizou a linguagem (a poesia, os romances) para satisfazer a sua profunda necessidade de se lamuriar pelos desejos não alcançados. 

   Ocorre que a alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do corpo do que à tristeza prolongada. Sendo assim, caro amigo (a), cuidado com a tristeza, pois ela é um vício que não é para ser cultivado dentro do nosso corpo.

"Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer... e venceram".