sábado, 30 de julho de 2011


 "A Tristeza do Pulmão”




                                       
                               

   A medicina tem visto uma multiplicação incrível de doenças relacionadas a esse sistema e, na verdade, nosso conhecimento a respeito do assunto melhorou muito nas últimas décadas, principalmente com o surgimento de um ramo moderno da medicina, a psiconeuroimunologia (PNI), que faz correlações diretas entre a mente, o sistema nervoso e o sistema imunológico, e nos permite entender que, quando expressamos emoções , hormônios são liberados na corrente sanguínea e ocorrem mudanças celulares.

   Estamos apenas no começo de uma era em que antigos conceitos esotéricos dão as mãos à ciência, mas sem dúvida nenhuma é um início empolgante. Observamos bem isso quando um tratamento não surte o efeito terapêutico esperado, o paciente apresenta um quadro de “auto-estima baixa” e o sistema social de apoio mostra-se insuficiente. Vemos, então, que os protocolos e medicamentos mais modernos não reagem no nível das expectativas e as mazelas se instalam de forma aguda ou crônica.

     O sistema respiratório é um exemplo. Graças a ele podemos assimilar, particularmente, a energia do ar. Ele compreende o Pulmão, a pele e todas as células do corpo; na verdade existem dois tipos de respiração, ditas “externa” e “interna”. A respiração externa é aquela que conhecemos, ou seja, a ventilação pulmonar. A respiração interna ocorre a nível intercelular com certas trocas gasosas que não se devem a contribuição clássica feita pelo sangue. Segundo a Medicina Chinesa, o sistema respiratório pertence ao Elemento Metal, do qual uma das funções principais é a proteção em relação ao mundo exterior. Essa proteção se exerce por dois caminhos: pela filtragem da poeira e das trocas gasosas e, ainda, pela capacidade de responder, de reagir às agressões ambientais.

  Os problemas que atingem nosso sistema respiratório e a pele nos falam da dificuldade que temos para nos proteger do mundo exterior, para encontrar reações adaptadas diante das agressões eventuais, reais ou imaginárias desse mundo. Eles também podem significar que não conseguimos ou não queremos fechar certas feridas da nossa vida e, dessa forma, nos falam das nossas eventuais tristezas, ressentimentos ou rancores, da nossa dificuldade ou da nossa recusa em esquecer, em perdoar.

   Lembro-me de um atendimento no qual um paciente me procurou para tratar um quadro de bronquite crônica e foi abordado seu passado, no qual, aos sete anos de idade no dia do seu aniversário, seu pai resolveu sair de casa, deixando a família. Desde aquele dia, aquele menino, agora adulto, iniciou um distúrbio respiratório grave, com inúmeros tratamentos sem resultados, uma adolescência tímida e retraída, com repetidos processos alérgicos e de pele, e se tornou um adulto sem referências e comprometimentos profissionais. 

   A pouca energia do Pulmão acaba sendo fruto dos efeitos daninhos causados pela sofrida convivência com esses sentimentos negativos, que o esgotam, quando se cultiva a tristeza para sustentar a lembrança de alguma coisa ou de alguém. É “interessante” recordar que a grande época do Romantismo foi também a grande época da tuberculose, quando o ser humano utilizou a linguagem (a poesia, os romances) para satisfazer a sua profunda necessidade de se lamuriar pelos desejos não alcançados. 

   Ocorre que a alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do corpo do que à tristeza prolongada. Sendo assim, caro amigo (a), cuidado com a tristeza, pois ela é um vício que não é para ser cultivado dentro do nosso corpo.

"Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer... e venceram".

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